quarta-feira, 6 de abril de 2011

Autonomia
Mesmo que o mundo com suas doces promessas e seus infinitos ardis queira me acorrentar, os olhos cerro e para dentro de mim, abro portas e janelas onde vejo o sol brilhar.
Cenários novos são criados todo dia e com as minhas tintas coloro a minha realidade. Escolho as minhas crenças com a habilidade de quem é totalmente livre pra sonhar.
Mesmo que os mais arraigados padrões em mim se enrosquem e com suas raízes em meu corpo queiram se aprofundar, a minha força basta para romper seus caules e depois, novas plantas cultivar. Belas e viçosas, suas flores desabrocham sem cessar, atraindo milhões de borboletas e espalham cores e perfume pelo ar.
Mesmo que tudo em volta dissemine a tristeza e a vontade de chorar, minha alegria, ardente jorra e espalha suas sementes em todo lugar. Cantando a vida, ensino que para ser livre basta querer voar, longe dos medos e das ciladas que o mundo joga quando quer escravizar.
Mesmo que lá fora, a escuridão e a desesperança em cada canto se espalhem, apagando a luz das almas que se amedrontam na jornada, dentro de mim há um farol que brilha e então, todas as sombras se dissipam.
Mesmo que a paz abandone os corações, onde aflições se multiplicam pela imposição de um mundo desejoso de poder e glórias, a serenidade, em mim faz morada noite e dia. Como se fosse num distante vilarejo onde canta a brisa e a lua dança, onde pensar no futuro é proibido e viver o momento é o passatempo preferido.
Mesmo que todos os argumentos, numa trama de mentiras e manipulações se entrelacem, impondo normas e crendices na sorte e no azar, a minha alma modela o seu próprio caminho onde tudo se transforma a cada dia. É ela simplesmente, que na jornada sempre me conduz, a reinos belos e serenos, de verdes campinas e fontes puras a jorrar.
É ela que me inspira a ser feliz, com toda a autonomia que um dia ousei conquistar. Renata de Melo Moreira
Nas mãos do tempo
Cada manhã é uma nova chance para seguir em frente, mesmo que os caminhos se obstruam e que as respostas demorem a chegar.
Mesmo que as dúvidas nos obscureçam o ânimo e o nosso coração se retraia sem motivos pra sonhar. Confiar nas mãos do tempo é ter certeza em uma direção que, cedo ou tarde a nós se mostrará.
Se o dia se tornou nublado e os nossos olhos, sem esperança que o azul de novo possa brilhar, cismarem em mirar somente as pedras do caminho, entregar-se nas mãos do tempo é dar uma trégua na jornada e respirar profundamente o ar da vida doida pra brotar.
Se os pés cansados da poeira e do esforço das longas jornadas, à beira da estrada buscarem alívio e mansidão, descansar nas mãos do tempo é crer que, novos caminhos floridos e suaves, logo à frente se abrirão, com puras fontes de água doce pra beber.
E quando na encruzilhada, o coração se inquieta com temor de não fazer a escolha certa, com receio de chorar ou de não ter mais motivos pra sorrir, relaxar nas mãos do tempo é compreender que as decisões nunca são fáceis de tomar quando, a alma aflita perdeu a paz e não consegue mais cantar.
A todo instante, sobressaltos e barreiras podem existir pois, o caminho nunca é o mesmo e a vida gosta de variar a paisagem.
Também mudamos com o passar das eras e as lições fortalecem a nossa caminhada. Preparam os nossos pés para trajetos mais ousados mas, também nos tornam mais capazes de vislumbrar os mais belos horizontes. E, cedo ou tarde aprendemos a adormecer nas mãos do tempo, confiantes que, o despertar trará de novo as alegrias e as vitórias desejadas... Renata de Melo Moreira

terça-feira, 5 de abril de 2011

O DOM DA LIBERDADE
Assim como a brisa que, perfuma o ar e faz dançar os campos de trigo nas tardes de sol, eu sou livre para ir e vir seja a hora que for. Meus caminhos são muitos e estou sempre a passear.
Assim como a chuva que nutre a terra com amor, eu sou livre para ofertar o meu carinho a quem eu desejar. Salpico as gotas do meu afeto em solo rico pra brotar.
Assim como as borboletas que brincam de flor em flor, eu sou livre para decidir onde vou pousar. Seja um jardim, um terraço florido ou no alto da montanha onde a primavera já chegou.
Assim como as abelhas que recriam a vida com seu zumbido de amor, eu sou livre para espalhar a doçura onde eu desejar. E a vida sempre me conduz para onde eu quero estar.
Assim como os pássaros viajam, a grandes distâncias e estão sempre mudando de lugar, eu sou livre para criar os meus roteiros e com a fantasia dançar. Vislumbro novos horizontes e atravesso fronteiras, mesmo sem sair do lugar.
Assim como a lua muda de faces e, parecendo inconstante nos ensina a sonhar, eu sou livre para mudar sempre de ciclos e
cada dia o meu semblante é sempre novo e radiante como o luar.
Assim como a cascata que canta e despenca sem saber onde chegar, eu sou livre para seguir, exuberante e serena e sei que um dia encontrarei o mar. Enquanto eu fluo, a minha névoa com alegria espalho e faço tudo vibrar.
Eu nasci para ser livre e para seguir do jeito que eu quiser. A liberdade é o grande dom, que a vida me ofertou para que eu escolha, ser feliz antes de tudo e assim romper todos os grilhões... . Renata de Melo Moreira